A história da República

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A história da República

A organização do Estado e as reformas: Depois da vitória da Guerra Nacional de Independencia e da assinatura do Tratado de Paz de Lousanne, a primeira coisa que Mustafa Kemal fez foi reunir sob o mesmo teto as associações criadas durante a guerra para a defesa dos direitos da Anatólia e de Rumeli e transformálas em um partido político, o partido republicano do povo (CHP) do qual assumiu a liderança. O objetivo do partido republicano do povo era modernizar o país adotando as instituições e o modelo de vida ocidental.
Em 29 de outubro de 1923, foi declarada a República, considerada a mais importante revolução. Mustafa Kemal, o líder da luta nacional foi eleito por unanimidade, o primeiro Presidente da República. İsmet Pasha foi nomeada como Primeiro Ministro. A Grande Assembléia Nacional da Turquia, quatro meses depois da declaração da República, decidiu abolir o Califado e exilar os membros da dinastia otomana em 3 de março de 1924.
A criação de um Estado e de uma sociedade moderna necessitava a separação dos assuntos religiosos do estado e garantir a liberdade de consciência e de crença dos indivíduos. Por isso, foi abolida a Lei Xaria e as Fundações de Caridade e estas foram substituídas pelo Presidência dos Assuntos Religiosos e a Direção das Fundações, todos ligados aos gabinete do Primeiro Ministro. A adoção da lei sobre a unificação do ensino permitiu a abolição das escolas religiosas e a unificação de todos os estabelecimentos escolares ao Ministério da Educação Nacional. Por outro lado, a lei sobre a organização judiciária foi uma ocasião para substituir os tribunais islâmicos por tribunais laicos. A lei sobre o uso do chapéu adotada no dia 25 de novembro de 1925, proibiu o uso do turbã e impôs o chapéu como penteado nacional. No dia 30 de novembro de 1925 os conventos e os mausoléus foram fechados e os títulos honorários religiosos proibidos. O dia 26 de dezembro de 1925 marca a adoção do calendário e do sistema de horário internacional. No dia 17 de fevereiro de 1926, foi adotado o “Código Civil Turco” que substituiu o Medjel e o direito do otomano. Paralelamente, a lei sobre as obrigações, o Código Penal e as leis comerciais foram revisadas conforme os princípios contemporâneos.
A proibição da poligamia e a habilitação dos tribunais civis de pronunciar os divórcios foram as primeiras iniciativas empreendidas no domínio dos direitos da mulher. As mulheres, muito antes das suas congêneres dos países europeus, obtiveram o direito de votar e de ser eleita nas eleições municipais em 1930, para o Conselho dos Sábios das aldeiãs em 1933 e para o Parlamento em 1934.
Um novo alfabeto foi elaborado pelo Ministério da Educação Nacional e a lei prevendo a utilização das letras foi adotada pela Grande Assembléia Nacional da Turquia no dia 1 de novembro de 1928. Em 1931 foi aceito o sistema internacional de pesos e medidas.
Em 21 de junho de 1934 é adotada a lei do sobrenome da família. Cinco meses depois, a Assembléia Nacional atribuiu a Mustafa Kemal, fundador da República da Turquia moderna, o nome de “Atatürk”.
Uma revisão constitucional efetuada em 1928 permitiu a anulação da cláusula que estipula que “a religião do Estado é o Islã”. Em 1931 é fundada a Sociedade Histórica Turca e em 1932 é fundada a Sociedade da Língua Turca. Outra revisão, realizada em 1937, foi a inclusão, na constituição, da cláusula que o Estado turco é laico.
A política interna e externa da época de Atatürk: Atatürk fazia questão que o povo inteiro assimilasse a reformas. Entretanto, vozes de oposição começaram a se elevar mesmo no seio do CHP, partido que contava com um grupo de comandantes que haviam liderado a guerra de liberação nacional, tais como Rauf Orbay, Kazım Karabekir e Ali Fuat Cebesoy, que achavam que as reformas não convinham à estrutura social e política da Turquia. Estes componentes se demitiram do CHP e fundaram o Partido Republicano Progressista. Kazım Karabekir foi eleito chefe do partido. Em seguida à insurreição do Xeique Said, no sudeste da Anatólia, o governo decidiu fechar o partido em 3 de junho de 1925.
O ideal de Atatürk era mudar para um sistema pluralista. Por esta razão, convenceu Fethi Okyar, um antigo Primeiro Ministro, a fundar o Partido Liberal. O partido, na liderança de Fethi Okyar, oponente de İsmet İnönü, suscitou grande interesse no povo e desenvolveu-se de um modo inesperado. Numa visita a İzmir, após os acontecimentos deploráveis, o partido dissolveu-se em 17 de novembro de 1930.
A característica dos primeiros anos da República foi a adoção de uma política estrangeira baseada no Pacto Nacional de paz. Graças a uma diplomacia brilhante, foi possível a integração dos estreitos de İstanbul e dos Dardanelos dentro do sistema de defesa nacional (Acordo de Montreux, 1936) e de estender as boas relações existentes com os Acordos Balcânicos (1934) e do Sadabad com todos os vizinhos.
Hatay foi o último problema da política estrangeira com do qual Atatürk teve que tratar. Antes de seu falecimento em 10 de novembro de 1938, devido ao seu dinamismo, forte intuição e correta apreciação dos equilíbrios de força e das condições internas e externas, Atatürk conseguiu concluir os assuntos e resolver o problema de Hatay. Atatürk, que deu grandes passos em direção ao modelo ocidental, deixou para trás um país com instituições contemporâneas e que assimilou de todo o coração as reformas realizadas.
A época de İnönü e os anos de guerra: Depois do falecimento de Atatürk, İsmet İnönü foi eleito Presidente da República. Seguindo uma bem sucedida política de equilíbrio, conseguiu impedir a participação da Turquia na Segunda Guerra Mundial que começou em 1939.
Apesar disso, pouco antes de acabar a guerra, aliou-se aos EUA, à Inglaterra e à União Soviética declarando guerra à Alemanha e ao Japão. Em 26 de junho de 1945, foi convidado para a Conferência de São Francisco e assinou a Carta das Nações Unidas e passou a fazer parte dos membros fundadores.
Transição ao Período Multi-partidários: Fuat Köprülü, Refik Koraltan, Celal Bayar e Adnan Menderes apresentaram ao grupo da Assembléia do CHP a famosa “Moção a Quatro”, pedindo uma revisão do estatuto interno e de certas leis; os que assinaram a “Moção a Quatro”, em 7 de janeiro de 1946, fundaram o Partido Democrata (DP). O DP, que foi sempre o iniciador da democracia e da economia liberal, conseguiu entrar no Parlamento em 1946 e nas eleições de 1950 e conseguiu constituir, sozinho, o governo. Nas eleições de 1954, aumentou os seus votos e reforçou o seu poder. Apesar da diminuição dos seus votos nas eleições de 1957, o DP conseguiu manter-se no poder até 27 de maio de 1960.
A estreita cooperação com os EUA (Estados Unidos da América) mantida desde o período do poder do CHP introduziu uma nova dimensão na política externa do PD ao chegar ao poder. A vinda à İstanbul do navio Missouri, a aplicação da Doutrina Truman e Plano Marshall, a chegada das primeiras ajudas econômicas e militares, reafirmaram os fundamentos lançados por İsmet İnönü. A Turquia, no período que o PD estava no poder, mandou soldados à Coréia e foi membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, 1952).
Depois das eleições legislativas de 1954, a situação da economia, do povo e dos funcionários civis e militares piorou. A oposição e a imprensa endurecem em frente ao descontentamento do povo. Em face desta tendência, o governo passou a tomar certas medidas drásticas. Os obstáculos que o dirigente do partido de oposição İsmet İnönü encontrou durante as suas viagens no país, os métodos do governo para tomar sob controle a imprensa e a criação da “Comissão de Investigação” na Assembléia, aumentou a tensão, provocando debates do regime.
O 27 de maio e o período de transição: Um grupo de oficiais de diferentes níveis das Forças Armadas, na madrugada do dia 27 de maio de 1960, entra em ação de uma maneira planejada, derruba o governo de 10 anos do PD e apodera-se do poder. Foi criado pelos oficiais revolucionários um “Comitê da União Nacional (MBK)”. O Comandante do Exército, o General Cemal Gürsel endossou as funções da presidência do Estado, do Governo e do Comitê da União Nacional. O MBK é dotado de competências legislativas e no dia 17 de junho de 1960 um governo composto na maioria de civis, iniciou as suas funções.
A Assembléia Constituinte se reuniu no dia 5 de janeiro de 1961 e deu a sua forma final à nova Constituição que é adotada no fim de 1961 pelo referendo. A novidade mais importante da Constituição de 1961 consiste na introdução de duas Câmaras composta por uma Assembléia Nacional e por um Senado da República. O MBK, com as eleições de 15 de outubro de 1961, transferiu o poder aos civis. De acordo com a Constituição, os 22 membros do MBK foram designados “membros de direito” do Senado e Cemal Gürsel foi eleito Presidente da República.
Na madrugada de 27 de maio de 1960, o Presidente da República derrubada, o Primeiro Ministro, os membros do Gabinete Ministerial, os deputados e certos burocratas foram postos sob vigilância na Escola de Guerra. A “Suprema Corte da Justiça” estabelecida na ilha Yassıada, condenou os 15 membros do PD do poder à pena de morte, acusados por infração da Constituição. A pena desses 12 membros foi substituída pelo MBK pela pena de prisão perpétua. Fatin Rüştü Zorlu, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Hasan Polatkan, Ministro das Finanças foram executados no dia 16 e o Primeiro Ministro Adnan Menderes, do poder do PD, no dia 17 de setembro de 1961 na ilha Ismak. Todos os outros detidos foram libertados dentro dos quadros de diferentes anistias pronunciadas até 1964.
Os anos agitados e o período do PD: Nas primeiras eleições realizadas em 15 de outubro de 1961, o partido da justiça, dirigido pelo General aposentado Ragıp Gümüşpala e o partido da nova Turquia de Ekrem Alican, antigo Ministro das Finanças do Governo, o total de votos foi maior do que aqueles obtidos em 1957 pelo PD. Enquanto que os votos do CHP caiu de 41 para 37%.
O governo de coalizão CHP-AP fundado por İsmet İnönü, líder do CP, depois das eleições, apesar de facilitar a volta do regime civil, não conseguiu durar por muito tempo por causa de conflitos internos. A primeira coalizão foi seguida pela 2a e 3a coalizão fundada de novo sob a presidência de İsmet İnönü seguida pelo Governo de coalizão fundada sob a presidência de Suat Hayri Ürgüplü.
Com o falecimento de Ragıp Gümüşpala, em 1964, o posto da Presidência Geral do PD foi preenchido por Süleyman Demirel, o ex Diretor Geral da Companhia estatal das águas. Nas eleições de 1965, o PD ascendeu ao poder com 53% dos votos. Uma característica dessas eleições foi a participação de um partido socialista nas eleições da Turquia O partido de Operários da Turquia e sua representação na Assembléia com 14 deputados.
12 de março e o Período Transitório: Os movimentos estudantis que começaram em 1968, a princípio inocente, tomaram um aspecto político e ideológico e se transformaram em terrorismo. Sob o pretexto de intervenção, os Comandantes remetem ao Governo um memorando em 12 de março de 1971.
O primeiro governo deste novo período transitório foi formado pelo Professor Nihat Erim que pediu demissão do partido CHP. Foi decretado o Estado Marcial e certas liberdades refrigidas.
Apesar das medidas severas tomadas pelo primeiro e segundo governos de Erim, que não acabaram com o aumento do terrorismo, o governo de Ferit Melen tomou posse do poder. O Governo Naim Talu, que o substituiu, entabulou um período transitório de uma espécie de democracia. As eleições presidenciais realizadas durante a Grande Assembléia Nacional da Turquia, em 1973, terminaram na derrota de Faruk Gürler, candidato dos autores do 12 de março. Fahri Korutürk, o candidato comum dos partidos AP e CHP foi vitorioso.
Entretanto, İsmet İnönü se demitiu do seu mandato de deputado da sua associação e da Presidência Geral do Partido CHP. O congresso do partido se reuniu imediatamente e Bülent Ecevit foi eleito Presidente Geral.
Os governos de Ecevit e os períodos “MC”: As eleições realizadas em 1973 anunciaram o fim jurídico do regime de 12 de março. Os partidos, não conseguindo sozinhos votos suficientes para a formação do governo, começaram um novo período de coalizões. O partido do CHP que obteve a maioria dos votos, junto ao partido MSP (Milli Selamet Partisi) “O Partido Nacional do Bem estar”, com tendência islamita, formou uma coalizão governamental. Apesar deste consenso interessante que produziu resultados positivos, os desenvolvimentos conjunturais mundiais, refletiramse na Turquia e por conseqüência no governo. Após a crise mundial do petróleo, a questão de Chipre tomou o primeiro lugar nos assuntos do dia. A Turquia não é indiferente ao Golpe de Estado perpetrado por Nikos Sampson em junho de 1974 contra o Presidente da República de Chipre Makarios, a fim de realizar o ENOSIS. A Turquia foi obrigada a intervir militarmente em Chipre, usando os seus direitos que o país garante. O ocidente tomou uma atitude negativa e por causa disso, os EUA declararam um embargo econômico contra a Turquia. O governo de coalizão CHP-MSP se dissolveu em novembro de 1974, por razão das diferenças com relação à política externa subseqüente. Por outro lado o governo de Sadi Irmak, senador do contingente encarregado de formar o novo gabinete, não conseguiu obter voto de confiança da Grande Assembléia Nacional da Turquia.
O PJ (Partido da Justiça), que aumentou o número dos seus deputados com a vinda de novos, chegou a manter a maioridade parlamentar com a participação do MSP, do MHP (Partido do Movimento Nacionalista) e o CGP (Partido Republicano de Confiança). Süleyman Demirel foi encarregado de fundar o novo gabinete. Demirel fundou o governo da primeira Frente Nacionalista (MC) em março de 1975 que durará ate eleições de 1977. Como nas eleições de 1977 nenhum dos partidos conseguiu obter votos suficientes para estar sozinho no poder, Süleyman Demirel, desta vez, fundou, sem a presença do CGP, o govero da segunda Frente Nacionalista (MC) em junho de 1977. A crise econômica que começou em 1974 e o terrorismo continuou se agravando.
O segundo Governo MC, sob a liderança de Süleyman Demirel, caiu depois de uma moção de censura do CHP em dezembro de 1977. Bülent Ecevit, o lider do partido CP, com 11 deputados independentes e o apoio do PD (Partido Democrático) e CGP (Partido Republicano de Confiança) fundou um novo governo. Mas não conseguiu livrar-se do estreito econômico e nem foi possível o impedimento da escalada do terrorismo. Bülent Ecevit, após uma derrota esmagadora que sofreu nas eleições parciais feitas no outono de 1979, no Senado da República, pediu sua demissão. Desta vez, Süleyman Demirel, líder do partido PJ (Partido da Justiça), fundou um governo de minoria do PJ (25 de novembro de 1979) com o apoio externo dos partidos MSP e MHP. “As decições de 24 de janeiro” que o governo de minoria do PJ tomou para ajudar o país a sair do estreito econômico, logo deu bons resultados mas não conseguiu acabar com os atos terroristas. Foram declarados o Estado de sítio das cidades onde o terror era mais violento. Por outro lado o Parlamento não conseguia a eleição do novo Presidente da República para substituir Fahri Korutürk, que havia terminado sua missão nos primeiros meses de 1980.
O Regime transitório de 12 de setembro (1980- 1983): No dia 12 de setembro de 1980 foi realizada na Turquia um novo Golpe de Estado. O Exército apoderou-se do poder. O Conselho Nacional de Segurança (MGK), composto pelo Chefe de Estado Maior, o General Kenan Evren e dos Comandantes das Forças Armadas, dissolveram a Grande Assembléia Nacional da Turquia e o Governo. E Estado de Sítio foi estendido por todo o país. Os dirigentes dos partidos AP, CHP, MSP e do MHP foram postos sob vigilância. MGK (o Conselho Nacional de Segurança), depois da intervenção, dotase de poderes legislativos e executivos, nomeia o Presidente do Conselho Kenan Evren, chefe do Estado. O Novo governo foi constituído pelo Almirante aposentado Bülend Ulusu. Turgut Özal, o sub secretário do estado, junto ao Escritório do Primeiro Ministro do governo minoritário PJ e o autor das decisões do 24 de janeiro, é nomeado Vice-primeiro ministro responsável pela Economia. Neste período, o programa de estabilidade econômica foi aplicado sem concessão.
Em junho de 1981, foi decidido criar uma “Assembléia Constituinte” composta por MGK e pela Assembléia Consultiva. O dia que os membros da Assembléia Consultiva iriam ser publicados, todos os partidos políticos cujas atividades haviam sido interditadas antes, iriam se fechar pelo MGK e os seus bens confiscados.
Elaborada pela Comissão Constitucional da DM, a nova Constituição foi submetida em 7 de novembro de 1982 ao referendo do povo e foi aceito por 91.2% com o voto “sim”. Pela nova Constituição, Kenan Evren recebeu o título de “Presidente da República”. No dia 24 de abril de 1983, entrou em vigor a Lei dos Partidos Políticos e foram liberadas, pouco a pouco, as atividades para a criação de novos partidos políticos.
Os partidos ANAP (Partido da Madre Pátria), o MDP (Partido da Democracia Nacionalista) e o HP (Partido Popular) participaram das eleições gerais realizadas em 6 de novembro de 1983. ANAP obteve 45.1% dos votos e constituiu sozinho o governo.
Com a constituição da Presidência da Assembléia do GANT, que se reuniu no dia 24 de novembro de 1983, as funções do MGK terminaram.
Os dois Governos de Özal: A maior característica do período dos governos de Özal foi a “grande transformação” com suas palavras. Com as reformas corajosas e resolvidas realizadas uma atrás da outra, a economia mudou de aspecto e o crescimento econômico acelerou.
As relações com os países europeus melhoraram. A Assembléia Consultativa do Conselho da Europa que havia suspendido as relaçãoes com a Turquia, aceitou em maio de 1984 a participação dos parlamentares turcos nesta organização. Depois do acordo autorizando o retordo da Grécia na ala militar da OTAN no período do MGK, as relações com os EUA continuaram a se ampliar. Na guerra entre o Iraque-Irão continuou uma política imparcial.
Enquanto isso, o maior desenvolvimento observado na política interna, foi a abolição da interdição dos direitos políticos na ocasião do referendo que se desenrolou no dia 6 de setembro de 1986. Assim, Bülent Ecevit foi eleito líder do partido DSP (Partido Democrático de Esquerda), Süleyman Demirel do partido DYP (Partido do Caminho Verdadeiro), Alparslan Türkeş do partido MÇP (Partido Nacionalista do Trabalho) e Necmettin Erbakan do partido RP Partido da Prosperidade).
Nas eleições gerais antecipadas de 1987, obtendo 36% dos votos, ANAP vem ao poder sozinho, pela segunda vez. SHP ganhou 24.75% dos votos e DYP 19.75% no fim do mandato de Kenan Evren, Turgut Özal toma posse em 9 de novembro de 1989 como o oitavo Presidente da República. Nomeia Yıldırım Akbulut Primeiro Ministro, que foi eleito ao mesmo tempo, Presidente Geral o partido no Congresso Extraordinário do ANAP, realizado em novembro de 1989.
Mudança no período ANAP e o Período das Coalizões: Em junho de 1991, Yıldırım Akbulut foi substituído na Presidência Geral por Mesut Yılmaz. Nas eleições gerais antecipadas realizadas no dia 21 de outubro de 1991, DYP colocou-se em primeiro lugar com 27.03% dos votos seguido pelo ANAP, SHP, RP e DSP. Em 20 de novembro de 1991, constituiu-se o governo de coalizão DYP-SHP sob a liderança de Süleyman Demirel. Apesar de ter conseguido reativar o crescimento econômico e melhorar as rendas reais dos assalariados, o governo deu certos passos no campo da democracia.
A Turquia estabeleceu relações multilaterais com as Repúblicas do Cáucaso e da Ásia Central que ganharam a independência após a desintegração da União Soviética em 1991. Assim, foram abertos novos horizontes para a Turquia ser um “estado da região”. Institucionalizada após uma Conferência da Cúpula de junho de 1992, a “Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro”, que compreende toda a bacia do Mar Negro incluindo, o Cáucaso e os países balcânicos, aumentou ainda mais a importância da Turquia nesta região.
O falecimento inesperado do Presidente da República Turgut Özal, no dia 17 de abril de 1993, afetou seriamente os equilíbrios na política interna. Süleyman Demirel foi eleito Presidente da República. Após o Grande Congresso extraordinário do dia 13 de junho de 1993, Tansu Çiller foi nomeada Presidente Geral do partido DYP. O governo de coalizão DYP-SHP criado por Tansu Çiller, a primeira Primeiro Ministro mulher da Turquia, ficou no poder de 25 de junho de 1993 até as eleições de 25 de dezembro de 1995.
A tensão sócio-política: Nas eleições de 1995, O partido RP (Partido do Bem estar) foi o partido mais votado com 21% dos votos. Mas em 5 de março de 1996, sob a presidência de Mesut Yılmaz, criouse o governo de minoria chamada “Anayol” (ANAP-DYP). Este governo conseguiu manter-se no poder por aproximadamente, 4 meses. Por razão da tomada de posição do DYP em favor de uma moção de censura contra o governo, remetida pelo partido RP, Mesut Yılmaz se demitiu em 6 de junho de 1996. Demirel encarregou Necmettin Erbakan, dirigente do partido RP, de formar o novo gabinete. No governo de coalizão RP-DYP batizado de “Refahyol”, Tansu Çiller, dirigente do partido DYP, ocupa o posto de Vice Primeiro Ministro e do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Neste período os debates de integração se intensificaram e provocaram tensões sócio-políticas
O Conselho de Segurança Nacional, na reunião histórica de 28 de fevereiro de 1997, chamando a atenção dos interessados sobre a subida da integração, começou um novo desenvolvimento. Necmettin Erbakan, o Primeiro Ministro, na intenção de transferir seu posto à sua parceira de coalizão Tansu Çiller, pediu sua demissão em 18 de junho de 1997. Em 19 de junho de 1997, Süleyman Demirel, em vez de Tansu Çiller, encarregou Mesut Yılmaz para formar o governo. O governo de minoria de coalizão ANAP-DSP-DTP (Partido da Turquia Democrata) batizado de “Anasol-D” pela opinião política, formado por Mesut Yılmaz, obteve pelo GANT o voto de confiança em 12 de julho de 1997. Naquela época foi decidido organizar as eleições legislativas ante-cipadas ao mesmo tempo junto com as municipais, em 18 de abril. O governo, diante de uma moção de censura apresentada pela oposição, pediu sua demissão no dia 25 de novembro de 1998. Um governo minoritário foi formado por Bülent Ecevit e seu partido DSP no dia 17 de janeiro de 1999, obteve o voto de confiança da Assembléia Nacional e ficou no poder até as eleições de 18 de abril. Nos resultados das eleições, os partidos DSP, MHP, FP (Partido da Virtude), ANAP e DYP foram representados no Parlamento. O partido CHP não conseguiu superar a barreira nacional de 10% e ficou fora do Parlamento. O partido DSP aumentou em grande número os seus votos e o MHP foi o segundo partido que obteve a maioria dos votos. ANAP do centro direto e o DYP pelo contrário, tiveram grande perda de votos. O FP, formado pelos deputados independentes do RP, foi fechado em janeiro de 1998, não conseguindo nem conservar a antiga percentagem de seus votos.
Bülent Ecevit, o Presidente Geral do partido DSP, criou em 28 de maio de 1999, o governo de coalizão DSP-MHP-ANAP. O novo governo assim que começou as suas funções, assegurou a adoção de emendas constitucionais e legislativas prevendo notadamente a civilização dos Tribunais Estatais de Segurança, as leis bancárias, a emenda constitucional que prevê a “arbitragem internacional”, e a reforma de segurança social. Por uma proposta assinada pelos dirigentes dos cinco partidos políticos representados na Assembléia, Ahmet Necdet Sezer, Presidente da Tribunal Constitucional, foi eleito o 10º Presidente da República da Turquia na 3ª votação obtendo 330 votos, em substituição de Süleyman Demirel cujo mandato expirava no dia 16 de maio de 2000.
Antes a crise e depois a estabilidde: A Turquia, em fevereiro de 2001, conheceu a crise econômica mais grave da sua história. Os equilíbrios econômicos, de repente ficaram de cabeça para baixo. O governo nomeou Kemal Derviş, vice-presidente do Banco Mundial, Ministro do Estado, responsável pela economia. Foram obtidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial créditos de grande escala. Paralelamente, a lei sobre os Bancos foi revisada. A Grande Assembléia Nacional da Turquia emendou vários artigos da Constituição com a intenção de harmonizar com os critérios da União Européia.
Em seguida a uma proposta conjunta do governo de coalizão DSP-MHP e ANAP, foi decidido, em 3 de novembro de 2002, a realização das eleições gerais antecipadas. Nas eleições somente os partidos AK (Partido de Justiça e de Desenvolvimento) (34.28%) e o CHP (19.39%) conseguiram ser representados no Parlamento. O partido AK, obtendo 365 dos 550 assentos, formou sozinho o governo e o CHP foi o partido de oposição.
O período do partido AK: Após as eleições, o deputado por Kayseri Abdullah Gül, formou o 58o governo. Depois de se libertar do obstáculo perante sua eligilidade e de sua eleição como deputado de Siirt durante as eleições parciais, Recep Tayyip Erdoğan, o Presidente Geral do partido AK, formou o 59o governo e sucedeu Abdullah Gül como Primeiro Ministro (março de 2003).
Neste período o dirigente do partido AK, Recep Tayyip Erdoğan, com o objetivo de obter apoio à adesão da Turquia à União Européia, trabalhou intensamente, visitando 14 países da UE em diversas ocasiões, reunindo-se com Primeiros Ministros destes países. Nesta época, os mais importantes eventos políticos foram: a decisão européia na Conferência de Cúpula de Copenhague de conceder em dezembro de 2004 a data da abertura das negociações para a adesão da Turquia à União e a rejeição pela Grande Assembléia Nacional da Turquia da autorização “do envio de soldados estrangeiros à Turquia e do envio de soldados turcos ao exterior”, pedido pelo governo dentro do quadro da guerra do Iraque.
Nesta época, graças às políticas econômicas aplicadas, a taxa de crescimento atingiu o nível previsto e se conseguiu abaixar a inflação.
No mesmo período, as exportações aumentaram em nível record. No turismo, importantes trabalhos de infra estrutura foram realizados e aumentou o número de turistas que visitaram a Turquia. Por outro lado, foram realizados projetos de apoio social e de melhoramento nos domínios de energia, agricultura, ensino e na vida ativa.
Prosseguindo no mesmo caminho dos seus predecessores, o 59º Governo, continuou seus contatos com a UE na mesma vitalidade. Dentro do procedimento da harmonização com a UE, foram continuadas as reformas legislativas e estruturais tomando em conta as necessidades da Turquia.
Devido ao não reconhecimento pelo Tribunal Constitucional da validade das eleições realizadas na Grande Assembléia Nacional da Turquia para o posto de 11º Presidente da República a ser deixado livre pelo Presidente da República Ahmet Necdet Sezer cuja missão acabava no dia 16 de maio de 2007, a GANT tomou a decisão de realizar as eleições gerais dos deputados que deveriam ser feitas no dia 4 de novembro de 2007, para serem feitas no dia 22 de julho de 2007, assim foi.
Nas eleições antecipadas dos deputados realizadas no dia 22 de julho, a proporção da participação às eleições foi de 84.25%. O partido AK obtendo 46.58% dos votos válidos de 35.049.691, o Partido CHP obtendo 20.88% e o partido MHP obtendo 14.27%, aderiram ao Parlamento como os três partidos políticos que superaram a barreira do país em 10%. Além disso, 26 pessoas que foram eleitos como deputados independentes obtiveram o direito de residir no Parlamento.
13 deputados do partido DSP que participaram das eleições mediante as listas associadas do partido CHP, depois das eleições voltaram para seu partido saindo de CHP.
Assim, o número dos partidos que formaram grupos na Grande Assembléia Nacional da Turquia com mais de 20 deputados foram 4, e os partidos representados 7.
Em 28 de agosto de 2007, na 3ª votação feita na Grande Assembléia Nacional da Turquia para as eleições do Presidente da República, Abdullah Gül deputado do partido AK por Kayseri e Ministro dos Negócios Estrangeiros do 59º Governo, foi eleito o 11º Presidente da República da Turquiae tomou posse no mesmo dia das suas funções.
No dia 29 de agosto de 2007, Recep Tayyip Erdoğan, o Primeiro Ministro do 59o Governo, apresentou ao Presidente da República Abdullah Gül a lista do novo governo que foi aprovada. O novo gabinete logo começou as suas funções como o 60º Governo.
Nas eleições locais realizadas em 28 de março de 2009, o partido AK obteve a proporção de 38.3% na Assembléia Geral Provincial e 45 Presidências de Prefeituras que 10 deles em Metrópoles. O partido CHP obteve a Presidência das Prefeituras na proporção de 23.17% dos votos em 13 províncias, sendo 3 nas metrópoles, o partido MHP na proporção de 16.02% dos votos em 10 províncias sendo 1 na metrópole e finalmente o partido DTP na proporção de 5.72% dos votos em 8 províncias sendo 1 na metrópole.

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